PONTO DE VISTA – Lições de Criatividade
Neste final de semana, aconteceu em Curitiba a premiere do Festival Mundial de Criatividade, que será realizado em versão completa em 2014 aqui na cidade.
Inspirados por diversos empreendedores, mentes criativas e gente legal, falaremos sobre criatividade no Ponto de Vista deste mês, baseando-nos no que ouvimos, pensamos e discutimos durante o festival. Esperamos que esta reflexão estimule um processo criativo pessoal e também nas suas empresas.
O negócio é o seguinte: este mundo atual, super politicamente correto, está muito chato. Esta onda de regras e cuidados com o que se fala, pensa e publica faz com que tudo seja mais do mesmo. Pouca gente se destaca e estamos sendo empurrados para baixo por uma régua cujo parâmetro é a mediocridade.
É lógico que evoluímos em alguns aspectos e sabemos, por exemplo, que fumar não está na moda e não faz bem para saúde. Mas imaginem o coitado do cigarrinho de chocolate da Pan, incentivando o fumo com uma criança afro-descendente na imagem, em tempos atuais.Impossível. E as piadas dos Trapalhões? Vetadas e censuradas!
A definição de medíocre no dicionário é a seguinte: 1. Médio ou mediano. 2. Meão. 3. Que está entre o bom e o mau. 4. Que está entre o pequeno e o grande. 5. Ordinário, sofrível, vulgar. 6. Aquele que tem pouco talento, pouco espírito, pouco merecimento. 7. Aquilo que tem pouco valor.
Não precisa dizer mais nada, certo? O mundo está nivelando as pessoas e ideias por aquilo que está entre o bom e o mau, fazendo com que quase tudo fique ordinário, sofrível, com pouco talento ou valor. Credo! O bom de eventos como o Festival Mundial da Criatividade é que rola um resgate da esperança. Ver tantas cabeças pensantes reunidas para fazer as coisas de forma diferente, inovadora, bacana e que contribua para um mundo melhor é um alento.
Gente como o Alexis Anastasiou, fundador da Visualfarm que projeta criatividade em festas, eventos, prédios públicos e marcos nacionais. Veja o lançamento da sensacional campanha do SESI contra o abuso infantil no Rio de Janeiro. Vale a pena ver o vídeo até o final! 😉
Gente como Fábio Bueno, que largou a medicina para vender livros baratos no metrô de São Paulo e permitir que mais gente tenha acesso a leitura.
Gente como o Alysson Lucca, da Luccaco, que através do seu design premiado, trabalha para organizações como a ONU em projetos que pensam em como reduzir o uso do papel das milhares de reuniões que acontecem na organização todos os anos, apenas para citar um exemplo.
Gente como Hiram de Souza, empresário da área de comunicação, que entre inúmeros projetos criou o famoso Zé Gotinha e contribuiu para a erradicação de algumas doenças no país, além de ser amigo pessoal do cara que inspirou o Don Draper de Madmen 😉
Gente como o Ricardo Dória, empresário criativo, fundador da Aldeia co-working e da escola de coisas que não se aprende na escola em Curitiba.
Gente como o Beto Madalosso, que questiona o status quo da gastronomia através de seus negócios e da ácida revista Tutano.
Enfim, muita gente bacana, que com seus projetos e empresas com fins lucrativos, contribuem significativamente para que a sociedade ao seu redor seja melhor. Gente que está empurrando a régua para cima, mesmo contra todas as vontades.
Mas afinal, o que este povo tem em comum? Quais são as principais lições de criatividade aprendidas?
– É preciso conhecimento, é importante planejar o seu negócio, mas é fundamental ter uma crença firme no seu propósito e na sua ideia. Muita gente não vai entender, muita gente vai criticar. Vá em frente se o teu instinto diz que sim. Não é certo que você não vá errar (e quase todos os participantes do evento erraram algumas vezes), mas você vai tentar, aprender com o processo e melhorar para que na próxima oportunidade, dê certo.
– Seja persistente, porque vão surgir obstáculos de todos os tipos. Barreiras governamentais, leis completamente ultrapassadas, falta de timing de parceiros e uma infinidade de outros elementos. Continue tentando, seja inventivo na solução. Observamos que muitos empresário que deram o seu depoimento tiveram que dar uma voltinha, fazer uma manobra no limite da lei arcaica para colocar o negócio em movimento.
– O sucesso de um projeto depende de paixão, crença, insight, tempo certo e ajuda de gente competente e conectado com o que você acredita. Quanto mais cabeças reunidas, melhor.
É isso aí. Seja criativo, inove, questione o status quo da sua área e quebre paradigmas. Os pioneiros serão criticados, mas quando der certo, serão responsáveis pela melhoria geral e por um mundo bem mais divertido e menos medíocre.
Parabéns a Escola de Criatividade, A Grande Escola e a Aldeia pela iniciativa.