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Os destaques da Phocuswright Conference 2024


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Na semana passada, o Arizona foi palco da Phocuswright Conference 2024, um dos mais importantes encontros globais para discutir inovações e tendências no setor de Turismo. Este ano, em que celebramos os 15 anos da Mapie, também marca 10 anos da nossa parceria com a Phocuswright, principal autoridade mundial em pesquisas de Turismo. Essa década de colaboração tem nos permitido acompanhar e contribuir de perto para transformações significativas, amplamente debatidas nas pesquisas e eventos.
O tema central de 2024 foi “New Age(nts): A Nova Era e Seus Novos Agentes”. E como não poderia deixar de ser, desde o buzz de lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, a inteligência artificial generativa foi a expressão mais discutida, destacando seu potencial revolucionário para a indústria. Especialistas no palco principal compararam a IA ao impacto do surgimento da internet para o público geral. Embora ainda seja cedo para prever as implicações práticas em sua totalidade, o consenso é que o Turismo será transformado de ponta a ponta. Etapas como planejamento, escolha e compra de viagens passarão por mudanças profundas nos próximos três a cinco anos — em breve, práticas atuais poderão parecer tão ultrapassadas quanto usar fax para fazer reservas.
Um dos pontos mais inovadores das discussões foi a introdução de agentes autônomos, movidos por IA. Em breve, todos nós teremos personas digitais organizadas por IA que, quanto mais interagirem conosco, mais alinhadas estarão às nossas preferências. Do outro lado, empresas também utilizarão IA para oferecer serviços personalizados. Esses agentes autônomos, dialogando entre si, cuidarão de todo o processo: do planejamento e escolha à confirmação e execução da viagem, aliviando os viajantes das tarefas burocráticas e com o prompt certo, permitindo que eles usufruam da experiência do destino – que sempre será real e claro, continuará necessitando de hospitalidade genuína.
Para as empresas, o desafio será conquistar a atenção do agente autônomo de cada cliente de maneira preferencial e relevante. Embora novas tecnologias frequentemente favoreçam pequenos inovadores ágeis, os participantes do evento acreditam que os grandes players do setor têm vantagem estratégica nessa corrida tecnológica e ficou claro que já estão trabalhando nisso.
Naturalmente, surgem questões sobre empregabilidade e a sobrevivência de determinadas funções e até mesmo, empresas. Como a história demonstra, profissões como cocheiros ou datilógrafos desapareceram, mas a humanidade tem se adaptado bem às transformações tecnológicas e desta vez, não será diferente. Como insight principal, reforçamos um dos principais mantras da Mapie: a curiosidade deve permanecer no centro do nosso modelo mental, pois somente com conhecimento relevante aplicado, seremos capazes de ajustar nossas estratégias e comportamentos aos novos tempos. Bem-vinda, nova era!
Destaques Extras da Conferência:
– Comércio social em alta: redes sociais consolidaram sua influência, com 62% dos viajantes adquirindo viagens ou experiências devido a conteúdos que viram nessas plataformas. Um exemplo é a iniciativa da Expedia, que permite a influenciadores criarem suas próprias agências, as Travel Shops.
– IA na resolução de imprevistos? Apesar de a IA transformar etapas planejadas da jornada do viajante, acontecimentos como atrasos, cancelamentos e desastres naturais ainda demandarão profissionais capacitados para gerenciar crises e lidar com situações de insatisfação.
– Fidelidade e preferências: expectativas dos clientes variam conforme renda, frequência e perfil de viagem. Para viajantes de renda mais baixa, o preço é prioritário. Para os de renda mais alta, status e benefícios são fundamentais. Atenção também ao papel crescente dos bancos como players na indústria do turismo.
– Soluções de transporte integradas: empresas como Uber, Rail Europe e companhias aéreas estão apostando em sistemas completos que conectam o viajante do ponto A (sua casa) ao ponto B (meio de hospedagem no destino).
– Pauta ESG obrigatória: legislações, como a europeia que exige a compensação de emissões de carbono pelas operadoras, estão impulsionando a adoção de práticas sustentáveis. Entretanto, na aviação, a discussão sobre combustíveis sustentáveis (SAF) ainda enfrenta resistências.
– Mudanças climáticas: eventos climáticos drásticos e frequentes impactarão cada vez mais o turismo internacional e de longa distância.
– Google mais inteligente: a busca por viagens será aprimorada com texto, voz, vídeos e fotos, apoiada por IA.
– Airbnb desconectado? A empresa pareceu menos disruptiva, focada em conflitos com cidades e em melhorar a consistência de sua oferta, sem estar atenta ao novos movimentos.
– Investimentos em turismo: embora a atratividade de investimentos no setor siga sendo considerada mediana, há recursos financeiros disponíveis para desenvolver soluções inovadoras em IA. A aposta é que quem liderar essa corrida ganhará vantagem competitiva.
Nos vemos em San Diego em 2025! Já comece a planejar sua experiência — quem sabe usando um prompt para isso?