Cerimônia do chá encontra a mixologia
Com a mixologia, a composição tradicional ganha novos ares e, principalmente, novos sabores
No quinto andar do famoso Spiral Building em Tokyo, uma parede de vidro transparente protege o salão de chá minimalista do ex-barman Shinya Sakurai da agitação externa. Há apenas oito lugares e reservas são fortemente aconselhadas.
Seu menu de chás oferece até 30 tipos diferentes por dia e cada um é numerado e fabricado de acordo com as especificações inventivas do ex-barman. Cada bebida é servida com doces japoneses ou picles, conforme a harmonização adequada.
As misturas podem ser apenas com o chá tradicional ou incluir alguma bebida alcoólica, como, por exemplo, o número 202, que é uma infusão de vodka com banchá. Ele também mistura uísque de malte com um tipo de chá assado, chamado hojichá, e serve-o com rabanete defumado.
A cerimônia do chá japonesa, também conhecida como Sadō, é uma prática original do Budismo Zen e através de séculos foi se transformando em uma forma de arte austera. O modo de pensar de Sakurai é orgânico e mostra respeito, além de uma nova visão, sobre a tradicional cerimônia do chá.